Thursday, May 26, 2011

Começou a temporada !!!!

Depois de passarmos o inverno em Pescara na Italia voltamos ao trabalho pesado.
Muita manutenção feita ainda na Italia, motores, geradores, dessalinizador, ar condicionados, bote e motor de popa, 2 jet skis, muita coisa hidráulica e elétrica, sistema de TV reinstalado, foi trocada a antena de TV por uma européia e muitas outras coisas que não vou me lembrar agora.
Com tudo pronto ou quase pronto, fiz a papelada de saída e partimos para Montenegro para abastecer, pois o óleo diesel estava por €0,76 o litro com o tax-free, que é uma facilidade para barcos de bandeira estrangeira em transito, ou seja , abastecer e cair fora. Na Italia o óleo a preço de bomba era de €1,45.
Saímos com uma previsão de tempo espetacular com ventos zero e ondas zero, um milagre depois de algumas semanas muito ruins que tivemos antes de partir.
Com algumas horas de navegação o estabilizador aqueceu e fui obrigado a mante-lo centralizado sem operar até que encontrasse a causa do problema.  Era com certeza algo com a refrigeração que vem do motor principal de boreste, mas a reversão que também é refrigerada pela bomba de água salgada do mesmo motor não aqueceu, muito estranho. Mas depois de dar uma olhada com calma vi que o problema estava na refrigeração do óleo hidráulico do estabilizador. Depois de abastecer na Marina Porto Montenegro, consegui atracar num cais por umas horas para limpar o trocador de calor do estabilizador. Depois de algumas horinhas de trabalho voltamos ao mar e tudo seguiu tranquilo. Ótimo !
Horas depois, na costa da Albania já chegando a Corfu, forcei o motor um pouco para verificar como estavam as coisas e o reversor esquentou junto com o estabilizador. SACO !
Bom, a última peça a ser verificada era o trocador de calor do óleo do hidráulico do bow-thruster que é por onde passa toda a água que refrigera o resto, por sorte consegui um dealer Caterpillar que fez o trabalho bem rápido encontrando um pedaço de alguma coisa dentro do trocador. Mais uma boa notícia.
Agora estamos na faxina e alguns muitos consertinhos mas já na reta final para deixar tudo OK para os convidados.
Da Grécia vimos pouco ou quase nada, depois de 15 de junho teremos uns dias para mais algum trabalho e poder ver a tal da Grécia.


Monday, May 16, 2011

Derrubando o mito.



Começamos já dizendo que esse é um texto de esclarecimento, quase um desabafo, conjunto. Muitas vezes sentimos que as pessoas têm uma visão muito bonita e não muito realista do trabalho na “Indústria do Yachting", então, decidimos fazer alguns comentários.

Hoje deve haver algumas milhares de pessoas trabalhando neste mercado pelo mundo afora, na maioria ingleses, australianos, neozelandeses, alguns brasileiros e muitos outros que vivem longe de seus países, da família e daqueles amigos mais chegados.

A maior parte dos iates navega de maio a setembro no Mediterrâneo e de novembro a março no Caribe, evitando assim a temporada dos furacões que é justamente durante o verão no hemisfério norte. Para grande parte desses trabalhadores, não existem sábados, domingos, feriados, aniversários, Natais, reveillons e outras comemorações em que a maioria das pessoas está em casa junto aos seus. E sim, dizemos trabalhadores, embora muitos achem que vivemos como turistas pagos. Não é bem assim. Alguns barcos fazem as 2 temporadas, a do Caribe e a do Mediterrâneo, o que praticamente acaba com as tripulações, principalmente nos barcos que fazem charter, pois além do uso normal dos proprietários, os iates são alugados por valores que chegam a 300.000 euros por semana num iate de 60/70 metros. Na temporada o trabalho é insano, jornadas de 18 horas por dia são frequentes, deslocamentos de 5 dias -como já fizemos da Tunísia à Veneza - olhando o relógio com data para chegar e preparar o barco para mais duas ou três semanas intensas de trabalho, travessias oceanicas às pressas, sem falar nos muitos iates que ainda navegam através do Canal de Suez, passando pelas águas da Somália em comboios especiais para chegar as ilhas Maldivas e Seycheles e também a Indonésia.

Que motivos levam a este trabalho? Diversos. O gosto pela viagem, pelo mar, vocação, o fato de ganhar bem e economizar muito, oportunidade. De fato, os salários são muito bons comparados com os trabalhos em terra. As viagens quase sempre têm como destino os lugares mais interessantes que podemos encontrar. Isso atrai muitos jovens que iniciam a carreira como deckhands ou stewardess. No convés, cuidando da limpeza, manobras de atracação e ancoragem e também executando pequenos reparos; no interior, como third ou second stewardess ajudando nos trabalhos internos e no serviço cinco estrelas sempre muito exigido, não esquecendo da lavanderia e outras tarefas pesadas. Muitos dos jovens trabalham por temporada, aproveitando a oportunidade de viajar ganhando salário e economizando, já que as despesas com alimentação, moradia ou cuidados pessoais são custeadas. Aqui cabe um aparte. Muitos destes iniciantes entram no ramo como um meio de ganhar um bom dinheiro rápido, que pode tanto ser usado como um investimento para o futuro, ou ser gasto em farras off board. Essas pessoas normalmente trabalham em temporada e não por muito tempo.

Muito importantes neste sistema são os engineers, que cuidam das máquinas. Eles ficam longos períodos balançando dentro de salas de máquinas, algumas muito sofisticadas com salas refrigeradas e monitoramento remoto de todos os sistemas, mantendo os motores, dessalinizadores, geradores, ar condicionados, sistemas de tratamento de esgoto, tratamento de águas, eletrônicos e o terrível sistema elétrico, que talvez seja o mais problemático. Também os chefes de cozinha desempenham importante papel, tendo  por trabalho proporcionar os melhores menus para os convidados, alimentar a tripulação, muitas vezes tendo que se adaptar a péssimas condições do tempo, o que torna a cozinha um lugar difícil de se estar, sem falar nas dificuldades de abastecimento de produtos, a depender de onde se esteja.

Sobre os oficiais e capitães, Alexandre deixa claro que cuidar disso tudo não é nada fácil, são muitas tarefas. Aqui funciona como um hotel, um restaurante, uma oficina mecânica, um escritório, uma agência de viagens, uma usina diesel-elétrica, que produz 64 KWA de energia para manter uma máquina produzindo 6000 litros de água potável por dia, 3 unidades de refrigeração de 60.000 BTU cada uma, gelando uma quantidade enorme de água para a refrigeração dos ambientes, 11 banheiros com um sistema de tratamento de esgoto, 5 cabines para convidados e 3 para a tripulação.

Quanto ao trabalho de stewardess, Gabriela diz que tudo deve estar organizado, limpo, perfeito, agradável, da mesa às cabines, de proa a popa. Deve-se organizar os roteiros de viagem, extraindo o melhor de cada lugar para proporcionar o melhor divertimento e memórias inesquecíveis, avaliando lugares sequer visitados ainda. O abastecimento de comida, bebidas, material de limpeza, tudo comprado em grandes proporções a ser organizado em espaços reduzidos. Coisas corriqueiras tomam tempo e dão trabalho. Comprar um belo vaso, pode render várias idas às lojas, até encontrar a peça certa, da medida certa, que compõe perfeitamente o ambiente. Considerando que estamos sempre em cidades diferentes, a procura por serviços e fornecedores pode ser difícil ou até decepcionante. E depois de tudo pronto para começar, aí vem a rotina diária de arrumação, organização e serviço. Quem já passou pela sensação de limpar o box do banheiro para deixa-lo impecável, sem manchas, com produtos de cheiro forte, chacoalhando pelas ondas? Tudo deve funcionar perfeitamente, todo dia, da lavanderia ao serviço de mesa, driblando os imprevistos que sempre ocorrem.

Fora isso, ainda devemos lidar com as variáveis metereológicas, de humor (afinal, 5 pessoas trabalhando intensamente em um ambiente limitado sempre traz alguma contrariedade), de rota.

E mesmo quando o barco não navega no inverno, há trabalho a fazer. Embora o ritmo seja menor, ainda temos que manter tudo em perfeita ordem, funcionando, e é a fase de reparações e revisões.

Mas é tudo só difícil? Lógico que não!! Gostamos do que fazemos, ficamos felizes quando tudo corre bem, quando os convidados estão satisfeitos, quando tudo está sincronizado, funcionando.
O que podemos dizer é que já somos viciados na eterna mudança, no novo. No verão de 2010 em 6 meses navegamos em 7 países - Itália, França (Corsega), Malta, Tunísia, Eslovênia, Croácia, Montenegro - terminando a temporada na Itália Adriática, onde ainda estamos aguardando o início da nova temporada. Agora nos espera mais um monte de portos desconhecidos e certamente repletos de lugares maravilhosos. Então vale a pena dizer que muitas das nossas fotos nessas paisagens são tiradas nos poucos minutos disponíveis entre uma tarefa e outra. Às vezes, o tempo para aproveitar nem sempre é muito, já fomos em lugares que nem conseguimos desembarcar para conhecer, mas quando conseguimos, nem que seja breve, é sempre uma bela experiência. Tiramos o melhor do tempo que temos. Afinal, ninguém é de ferro! Sendo assim, não se enganem com as fotos perfeitas e os sorrisos que enganam o cansaço. E não se surpreendam quando começarmos a divulgar fotos das nossas tarefas diárias. Faremos também a nossa parte para derrubar o mito.

Por Gabriela Nicodemos e Alexandre Israel

Sunday, April 3, 2011

Da Sardenha a Sicília

Continuando minha temporada 2010 e com a responsabilidade de estar no site Dias de Ilha do meu amigo Ronald Izoldi, vamos seguir para a Sicília.
Da Marina di Olbia para Palermo, são 250 milhas náuticas que fizemos em 24 horas aproximadamente.
A viagem foi tranquila e não tivemos muito tempo para conhecer Palermo pois teríamos que receber os convidados para um giro pela Sicília e Ilhas Eólicas. Como sempre conhecemos  apenas o supermercado e alguma coisa que vimos do taxi. Parece fácil mas acontece de  chegamos a lugares interessantíssimos que muitas vezes não temos tempo para conhecer.


A Marina Vila Igiea é uma marina apertada e sem muita estrutura, o lugar não é dos mais charmosos e foi a mais cara que paguei nos últimos 2 anos, €600.00 por noite mais 20% de IVA (imposto).. loucura !!!!
Ficamos poucos dias e seguimos para Panarea, que é uma ilhota muito bem frequentada e ponto de partida para visitar a Ilha de Stromboli, que tem um belo vulcão bastante ativo.

Marina Vila Igiea - Palermo

Stromboli, foto tirada em agosto de 2008 a bordo do Betty

Essas marcas da lava são da erupção de 2007

2008, bem perto do Stromboli.

Já em 2010.

O Vulcão de Stromboli é ativo e tem erupções a cada uma hora aproximadamente, em 2008 víamos as explosões com colunas fumaça a cada 20 minutos mais ou menos, em 2010 não achei muito forte mas ;e sempre um espetáculo, principalmente em alguns dias a noite quendo se pode ver de Panarea a cratera iluminada pelo fogo. Em 2007 teve a ultima grande erupção que abriu 2 noivas crateras. Realmente incível.



Esta é Isola Strobolicio que fica próxima ao Stromboli, ao seu redor a profundidade chega a 1700 metros, vistos nas cartas, pois minha sonda só marca até 500 metros.

continua .....


Wednesday, March 23, 2011

Temporada Mediterraneo 2010


Enquanto a temporada  2011 não chega resolvi postar alguma coisa da temporada 2010.


Mapa de nossa primeira trip de 2010

Começamos o ano na Sardenha, onde passamos um inverno muito bom. Bons amigos, lugares lindos, windsurf espetacular e o trabalho que fluiu muito bem. Neste ano nevou um pouco no Monte Limbara e em  Tempio, que é uma cidade linda toda de pedra, bem medieval.

Gabi nas fotos no caminho para o Monte Limbara.


O caminho já vale ....

A Sardegna é muito conhecida pela Costa Smeralda que reamente tem uma água inigualável, casas maravilhosas, praias lindas, Porto Cervo e Porto Rotondo, que são marinas com lojas de marcas famosas e restaurantes maravilhosos e bem caros para simples mortais como eu! 
A marina de Porto Cervo, por exemplo, pode custar para barcos grandes €1.000,00 por uma única noite, fora despesas de energia elétrica e água. Para ter uma idéia, nosso barquinho gasta em média €80,00 a €100,00 por dia numa marina média, o que não assusta, já que ficando no gerador nosso custo vai a mais de €240,00 ao dia.

Na foto o Capo Coda Cavallo, uma das maravilhas da Costa Smeralda. Ao fundo pode-se ver o vento forte que tive a sorte de aproveitar bastante, apesar do frio louco do inverno Sardo.

Vista da estrada que vai para Porto Cervo. Bem ao fundo a Isola Tavolara, que é vista de quase toda a Costa Smeralda. Linda!

Mas a Sardegna tem uma outra face que é a verdadeira vocação e história do lugar, o interior. 
Com a criação de cabras, fabricação de queijo de cabra (pecora http://pt.wikipedia.org/wiki/Pecora), o famoso Pecorino Sardo, o aspargo selvagem que pegávamos na beira da estrada, o javali selvagem (cinguiale) que tivemos a sorte de conseguir comprar uma peça de um açougueiro conhecido, que nos garantiu que o bicho tinha sido morto a tiros mesmo, nada de criação. A carne é diferente, mais saborosa. Muito bom também é o que eles chamam de agriturismo, que na verdade é um hotel-restaurante-fazenda que tivemos também a oportunidade de ir.
No agriturismo que fomos o almoço é servido a um preço fixo e tem hora para começar. O dono era um senhor que usava uma roupa típica, super simpático.
Tudo que foi servido, do antipasto com "prosciutti", queijos, pães, os  "primi piatti" com massas e um prato típico chamado "zuppa gallurese", aos "secondi" com carne de porco (maiale) e outras. O vinho e até a água eram produzidos na fazenda. Sem comentários.

Comidinha boa !!

Il Capo 

La copia!

 Na Sardegna encontramos bons profissionais, inclusive dois vieram a Pescara este ano nos ajudar, Gianni eletricista TOP e Marcelo, um cara que além de cuidar dos meus ar condicionados e dessalinizador, cozinha muito bem, talvez por ser filho da dona de um restaurante de beira de praia em Golfo Aranci. Marcelo este ano me ensinou a fazer um carbonara muito simples e muito bom.
Meu barquinho terminando o makeup no Cantiere Costa Smeralda em Olbia - Sardegna se preparado para a dura temporada. 

Marcelo Manzoni, eu e Gianni Fresi, bons amigos e grandes profissionais. Quem precisar é só pedir que mando as coordenadas.

Em maio, começamos o giro com os convidados rodando pela Costa Smeralda com direito a ver a Louis Vuitton Cup, contando com a presença de top-sailors como Torben Grael e Robert Scheidt a bordo do Luna Rossa, equipe italiana de muito prestígio.

Foto exclusiva da regata 

Depois da Costa Smeralda fomos a Corsega (Bonifácio) que é um dos lugares especiais que conhecemos aqui no Mediterraneo. Depois Alghero, que fica no lado noroeste da Sardegna. É uma cidade muito antiga e muito interessante, com fabricação de jóias em coral vermelho, que é uma coisa típica da região. Visitamos a Gruta de Netuno, que é indescritível, e outras ilhotas e grutas muito especiais.

Bonifácio- La Corse
Vista espetacular

A seta indica nossa posição na foto acima.

Gruta de Netuno, Alguero-Sardegna

Uma dos muitos lugares especiais em Alghero

 Na volta, lá pelas 5 da manhã, resolvi com meu imediato Marcelo, jogar uma linhazinha na água e tentar agradar o patrão com um peixinho para o almoço. Para a nossa surpresa pegamos um atum yellow-fin de quase 50 quilos. Coloco a foto para não ficar como pescador contador de histórias.

Big sashimi !


O nosso atum já em Porto Cervo

Voltamos a Olbia para o desembarque dos convidados e preparar o barco para uma viagem para Palermo na Sicília, onde esperamos os convidados para uma nova etapa.
Volto para terminar este post mais tarde ... cansei !!!

Tuesday, March 22, 2011

Final do inverno

Finalmente o inverno terminou, oficialmente pelo menos.
O tempo continua frio e agora temos que correr com os trabalhos para podermos estar em Dubrovnik em maio. Faltam ainda reparos diversos na pintura externa, verniz externo, revisão nos 2 Jets, troca de óleo de motores e geradores (200litros) e outras muitas coisinhas para consertar e comprar.
A previsão pra este verão é de estarmos na Croácia e Montenegro em maio, Grécia (Korfú e adjacentes) em junho, Atenas e ilhas vizinhas em julho e depois vem o problema que é a região das ilhas Ciclades aonde estão Mikonos, Santorini e outras menos conhecidas, área em que o vento Meltemi sopra forte todo o verão levantando ondas de até 3.5 mts aproximadamente.
A opção que penso ser mais interessante seria de ir de Atenas direto para Istambul e descer a costa da Turquia em final de julho e agosto  para fugir dos ventos fortes do verão e deixar as ilhas Ciclades para depois de agosto quando o Meltemi dá uma folga.

Este mapa é do dia 22/05/2011, por aqui se pode ver a parte das Ilhas Ciclades que é justamente o corredor de vento marcado pelo amarelo e laranja e que indica ventos de 25 a 30 nós.


Eu pretendo postar as previsões de roteiro e posteriormente colocar informações mais precisas para que os interessados possam conhecer esta região que ainda não tive a chance de visitar mas que já tenho muitas informações. Aos velejadores postarei depois algumas empresas de charter na região.

A Grecia para os windurfers é o paraíso, temos lugares como Alacati aonde é feita uma das etapas do mundial PWA- http://www.pwaworldtour.com/index.php?id=1247 e Karpathos mais ao sul aonde temos o Speed World Cup http://www.speedworldcup.com, um paraíso, mas o vento está em toda a parte e com certeza postarei fotos dos diversos lugares em que estarei.

Aguardem

Friday, February 18, 2011

Viagens

Falar de tanta coisa não é fácil, muitas vezes penso no que fazer com toda essa história, com todas as coisas bacanas que vi, com as mais de 50.000 fotos que fiz... e acho que o melhor a fazer é dividir com as pessoas que curtem o que eu curto, amigos e afins.
Tive a sorte de poder navegar por tantos lugares, de conhecer tanta gente incrível que não é justo guardar isso só pra mim.
Aí vai !!!!
A coisa de capitão, marujo ou mesmo pirata, já nasceu comigo mas na verdade tudo isso ficou sério   a partir de 2002 quando fui a Buenos Aires buscar um trawler de 50 pés para entregar em Santos, confesso que não tinha muita experiência para isso mas tinha muita vontade, algum conhecimento e a certeza de que não teria problemas para realizar esta viagem. Hoje sei que foi uma coisa não insana mas meio irresponsável e ao mesmo tempo sabemos que tudo tem que ter um começo e o meu foi assim. 
Ano passado fiz a prova do Yachtmaster Ocean na Sardenha e o examinador me perguntou o que eu já fiz e que não repetiria , e foi justamente esta viagem doida de 1000 milhas num barco muita mau preparado  com apenas um marinheiro-pescador que nunca tinha navegado fora de águas de Paraty, com poucos recursos e tudo mais. Ele riu e me disse que isso era a prova de que eu tinha aprendido muita coisa e que assim é que a coisa funciona, disse também que provavelmente daqui a uns anos eu acharia que muitas das coisas que faço hoje não seriam tão corretas assim. Isso na verdade é a vida, sempre aprendendo , sempre melhorando. 
Se arrepender do que fez , jamais !

Eu e meu amigo Capt David Bell próximos s Punta del Este em 2002 no veleiro Lady Francesca.

Foto feita pelo amigo Fabio Carvalho.


Para terminar este post , a viagem do trawler foi super legal, tudo correu super bem e daí a coisa foi andando (bem) e aqui estou....

Neve

Dia 13 de dezembro de 2010, pela primeira vez vimos neve cair no barco, uma coisa muito doida, a Gabi já estava esperando pois acompanhava a meteorologia ansiosa para ver como seria, eu não me preocupei muito mas na hora foi muito bom.
Acho que eram umas 10 da noite quando ouvi os gritinhos dela, nevava bastante, uma coisa muito bonita e diferente de tudo que já tínhamos presenciado nesses quase 4 anos de navegações. Mais uma história !!!!

Pescara, dezembro de 2010



Gabi me acompanhando nas maiores roubadas e nas grandes realizações. Valeu Gabi !!!!

Muito bom.


Filminho de Pescara....